Aos 20 o cérebro finalmente atingiu a idade adulta. O feliz proprietário desse fabuloso equipamento deve aproveitar bem seu potencial. Até porque pesquisas indicam que seu pico de funcionamento se dá em torno dos 22 anos e dura meia década. A partir daí, é ladeira abaixo. Felizmente o declínio que começa aos 27 anos- e continua por toda a vida adulta- acontece de forma bastante vagarosa. E, com alguns cuidados, esse processo pode ser ainda mais lento. Embora cada habilidade cerebral diminua em um rítmo diferente, aquelas envolvidas em tarefas executivas, como planejamento e coordenação de tarefas-curiosamente, as que decaem primeiro-,são as que aparecem por último, na adolescência. Essas capacidades, associadas com os córtices pré-frontal e temporal, ainda estão em maturação no começo da segunda década de vida.
A memória episódica, ligada à lembrança de eventos, também piora, enquanto a velocidade de processamento do cérebro diminui e a memória de trabalho passa a guardar menos informação. Mas qual é a velocidade desse declínio? De acordo com vários pesquisadores, entre os quais o psicólogo Art Kramer, da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, dos 25 anos em diante perdemos um ponto por ano em um teste chamado exame de estado mental mínimo. (O autor se refere aqui ao que chama de "ESCOAMENTO DO CÉREBRO". A capacidade cognitiva medida por uma bateria de mini- exames do estado mental diminui mais rápido a cada década que passa)
O instrumento, usado, em geral, para avaliar a velocidade do declínio mental ou da instalação de demência apresenta um total de 30 pontos de aritmética, linguagem e habilidades mortoras básicas. Um declínio de 3 ou 4 pontos é considerado significativo. Em outras palavras, o que acontece com alguém dos 25 aos 65 anos tem consequências práticas para sua vida.
Isso tudo pode soar um pouco deprimente, mas há um lado positivo. As habilidades que diminuem na vida adulta referem-se à inteligência fluida ( que nos torna apto a lidar com problemas imediatos) e estão relacionadas à velocidade de processamento cerebral. Mas há também a chamada "inteligência cristalizada", que equivale a sabedoria- e corre na direção contrária. Então, enquanto sua inteligência fluida despenca, junto com o rosto e bumbum, a inteligência cristalina cresce, assim como a barriga.
A memória episódica, ligada à lembrança de eventos, também piora, enquanto a velocidade de processamento do cérebro diminui e a memória de trabalho passa a guardar menos informação. Mas qual é a velocidade desse declínio? De acordo com vários pesquisadores, entre os quais o psicólogo Art Kramer, da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, dos 25 anos em diante perdemos um ponto por ano em um teste chamado exame de estado mental mínimo. (O autor se refere aqui ao que chama de "ESCOAMENTO DO CÉREBRO". A capacidade cognitiva medida por uma bateria de mini- exames do estado mental diminui mais rápido a cada década que passa)
O instrumento, usado, em geral, para avaliar a velocidade do declínio mental ou da instalação de demência apresenta um total de 30 pontos de aritmética, linguagem e habilidades mortoras básicas. Um declínio de 3 ou 4 pontos é considerado significativo. Em outras palavras, o que acontece com alguém dos 25 aos 65 anos tem consequências práticas para sua vida.
Isso tudo pode soar um pouco deprimente, mas há um lado positivo. As habilidades que diminuem na vida adulta referem-se à inteligência fluida ( que nos torna apto a lidar com problemas imediatos) e estão relacionadas à velocidade de processamento cerebral. Mas há também a chamada "inteligência cristalizada", que equivale a sabedoria- e corre na direção contrária. Então, enquanto sua inteligência fluida despenca, junto com o rosto e bumbum, a inteligência cristalina cresce, assim como a barriga.
E essas duas vertentes parecem cancelar uma à outra, pelo menos até os 60 ou 70 anos. Existe outro motivo para se alegrar. Continuar ativo mental e fisicamente, ter uma dieta saudável, evitar o tabagismo, bebidas alcoólicas e outras drogas que alteram o estado mental parece diminuir o declínio inevitável. Mas se parece tarde demais viver assim, não entre em pânico. Você ainda tem chance de virar o jogo.
Graham Lawton (publicado na edição 197, da revista "Mente & Cérebro"- Ediouro, Segmento Duetto Editorial Ltda)
Graham Lawton (publicado na edição 197, da revista "Mente & Cérebro"- Ediouro, Segmento Duetto Editorial Ltda)