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domingo, 16 de outubro de 2011





INFÂNCIA
A todo vapor


Ainda volta e meia alguém defenda a "educação pré-natal", não existem evidências de que tal estratégia produza resultados. Na verdade, pode haver boas razões para o ambiente fetal apresentar uma experiência sensorial limitada. A estimulação excessiva, que ocorre em alguns casos de ingestão de certas drogas pela mãe, pode matar novas células cerebrais. É na infância, quando o cérebro está mais enérgico e flexivel do que nunca, que o orgão continua a crescer, criando e quebrando conexões em uma velocidade incrível, enquanto exploramos o mundo à nossa volta.

Nessa fase, o cérebro jovem, capaz de aprender e lembrar, terá as primeiras oportunidades de realmente usar o incrível aparato do qual dispõe. Durante o período pré-natal, até 250 mil novas células são criadas a cada minuto, formando 1,8 milhão de conexões por segundo. A metade delas, porém, vai definhar e morrer, restando apenas aquelas reforçadas pelo uso. A partir do nascimento, o bebê passa por mais de uma década de desenvolvimento e crescimento rápido, na qual cada experiência contribui para a formação final. Nesse momento, a participação de pais e educadores pode contribuir muito para ampliar o potencial neurológico dos pequenos.

Sabe-se que, surpreendentemente, o nascimento altera muito pouco a função do cérebro. Embora o córtex somato-sensorial sensível ao toque esteja ativo antes do nascimento, são necessários de dois a três meses antes que se perceba qualquer outra atividade no córtex, que por fim controla coisas como o movimento voluntário, a ponderação e a percepção. Os lobos frontais tornam-se ativos entre os 6 meses e 1 ano, desencadeando o desenvolvimento de emoções, ligações, planejamento, memória de trabalho e atenção.

O senso de si mesmo desenvolve-se quando os circuitos dos lobos parietais e pré-frontais se tornam mais integrados, aos 18 meses, a percepção de que outras pessoas possuem mente própria- e podem sentir ou pensar de forma diferente - aparece em torno dos 3 ou 4 anos.

Experiência vividas durante esses anos ajudam a formar nosso bem-estar emocional, e pais negligentes ou excessivamente rígidos podem mudar o cérebro de seus filhos para sempre. A rejeição materna ou um trauma precoce, por exemplo, muitas vezes afetam as reações emocionais de uma pessoa a eventos estressantes no futuro, predispondo a transtornos de ansiedade e depressão.

Então, como tirar o máximo dessa fase delicada e fértil da vida de um cérebro? A boa notícia para os adultos ciosos do futuro de suas crianças é que a resposta está na simplicidade, no cuidado e na brincadeira. Estudos comprovam que um ambiente carinhoso e seguro, no qual a criança possa participar de atividades lúdícas interativas, como esconde-esconde, onde possa manipular, por eemplo, blocos de montar e ser ninada ao som de cantigas é propício para aumentar o seu quociente de inteligência (QI) e estimular sua curiosidade e interesse pelo mundo.

Alguns dizem que ouvir música clássica melhora as habilidades espaciais e o aprendizado. Esse "efeito Mozart" - que gerou inúmeros programas de aprendizagem para crianças ainda no útero, nos Estados Unidos - tem tantos críticos quanto adeptos. Os benefícios de aprender a tocar um instrumento durante a infância, por outro lado, tem mais respaldo científico. Há várias pesquisas que mostram seus efeitos duradouros no cérebro: melhora de capacidades matemáticas, de localização espacial e ponderação.

Aos 6 anos, o cérebro atinge 95 % do peso que terá quando a pessoa estiver adulta e o ápice de consumo energético. Por volta dessa idadde, a criança começa a aplicar lógica e entender seus próprios processos de pensamento. O cérebro continua a crescer, fazendo e quebrando conexões com as eperiências, até que um pico de produção de massa cinzenta, aos 11 em meninas e aos 14 em meninos, a puberdade chegará - e mudará tudo novamente.


Helen Phillips


Fonte de pesquisa : Revista "Mente e Cérebro"

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